Tuesday 20 November 2007

Por toda a minha vida*

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente

Eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Para te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há-de apagar
O que esta ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda minha vida

*Eu sei que vou te amar, Elis Regina

Friday 2 November 2007

A matinée ou a doce ignorância da Vida

Tarde de Sábado na matinée. Um xadrez de traço curto disfarça-se de saia, mas nem lhe chega aos joelhos. Umas meias altas, à pipi, e uns tacões quaisquer de catálogo compõem o seu visual de teenager. Está incógnita, está bem, ninguém lhe pergunta o que espera da vida, e ela não espera nada, nem ninguém, ela só quer ensaiar passos punk ao som dos acordes de Clash.
Should I stay or should I go?, mas são só palavras e muita confusão na pista, não é ela que pergunta, que ela ainda não tem perguntas nem escolhas para fazer.
Cabeça baixa, cabelo entre as mãos em rabo de cavalo, a cabeça vazia. Deixou os stôres para trás, os testes, os pais, o 26 e os bichos da seda com as folhas de alface. Sorriso franco das suas muitas certezas. Não quer saber se é feliz, dança entre fumos e sons, sons que batem no coração, na cabeça, na boca, cheiros a água de colónia fresca, é claro que é feliz.
É tarde de sábado e ela na matinée. Ali é rainha, ainda não sabe que a sua vontade não é soberana, não move mundos, não move nada.
Ainda não sabe que lá fora a vida chega triste como o Outono aos telhados da cidade*

* [estava uma tarde linda hoje no Príncipe Real]